ARTIGOS

Dos textos
A experiência de escrever, e de ler, nos faz melhores. Jorge Larrosa, esclarece que é experiência aquilo que nos passa, ou que nos toca ou que nos acontece, e ao passar-nos nos forma e nos transforma. Esse é o saber da experiência: o que se adquire no modo como vamos respondendo ao que vai nos acontecendo.
No saber da experiência não se trata da verdade do que são as coisas, mas do sentido ou do sem-sentido do que nos acontece; ninguém pode aprender da experiência de outro a menos que essa experiência seja de algum modo revivida e tornada própria.
Experiência e o saber da Experiência/ FUMEC, julho de 2001
Escrever é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada
Clarice Lispector
Foucault, entretanto, etende que o discurso textual não é um saber que se refere a alguma coisa enquanto objeto, posto que o objeto se constitui no próprio momento de sua enunciação; não é a unidade do objeto loucura que constitui a unidade da psicopatologia. Ao contrário é a loucura que foi construída pelo que se disse dela. O discurso não se constitui de forma regular: os objetos não são únicos, aparecem históricamente, coexistem e se transformam. Também os conceitos dentro de um campo conceitual não são fixos, se transformam e se reordenam em função de novas argumentações. As formulações variam. Os temas e as teorias também não servem de princípio de individualização, pois se repetem em várias épocas e campos conceituais. O jogo dessas relações entre objetos, tipos de enunciados, conceitos e estratégias possibilita que cada elemento exista independentemente.
meus e não-meus.